Apresentação de vídeo
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Apresentação de vídeo
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Linha 1
Produção de biomateriais para regeneração de tecido ósseo constituídos por compostos isolados de subprodutos marinhos (colagénio e fosfatos de cálcio) combinados com um polímero sintético
Parceiros envolvidos
UMINHO (coordenador), UVIGO, IIM-CSIC, DevelopBiosystem
Objetivo
Produção de biomaterial compósito por combinação de materiais poliméricos e cerâmicos de origem marinha com polímeros sintéticos para engenharia de tecidos do osso.
Descrição
Muitos dos subprodutos gerados na indústria processadora de pescado, como sejam peles, escamas ou espinhas de peixe, entre outros, são fundamentalmente direcionados para a produção de farinhas para alimentação animal, correspondendo assim a uma utilização de baixo valor acrescentado. No entanto, atendendo à sua composição intrínseca, a valorização desses subprodutos pode ser muito mais significativa se o processo passar pelo isolamento de compostos como colagénios e fosfatos de cálcio, que recebem grande atenção e interesse das indústrias cosmética, farmacêutica e biomédica.
Essa estratégia será desenvolvida nesta ação, com uma colaboração entre grupos de investigação e empresa, com vista ao desenvolvimento de um biomaterial para aplicação médica, nomeadamente em estratégias de engenharia de tecidos do osso.
Nesse sentido, a utilização de colagénio e fosfatos de cálcio marinhos, semelhantes aos constituintes do osso humano, permitirão explorar uma estratégia de biomimetismo, procurando imitar a matriz extracelular. A incorporação de polímeros sintéticos permitirá controlar melhor as propriedades mecânicas do biomaterial a desenvolver, indo ao encontro dos requisitos do tecido ósseo que se pretende regenerar.
Para contribuir para este objetivo final da ação, foram definidos objetivos intermédios, que dizem respeito à produção de cada um dos componentes principais do biomaterial (colagénios, fosfatos de cálcio e polímero sintético), bem como o estabelecimento das tecnologias de processamento de materiais e avaliação de desempenho biológico. -
Linha 2
Valorização e modificação de extratos de macroalgas para medicina regenerativa
Parceiros envolvidos
UVIGO, BETA INGENIERÍA, IIM-CSIC, CIQ-UP
Objetivo
Descrição
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Biocerâmicas avançadas de origem marinho para recobrimento de próteses metálicas. Produção, testado e prova de conceito
Parceiros envolvidos
UVIGO, BETA Implants, IIM-CSIC, CIQ-UP
Objetivo
Abordar a melhoria da osseointegração de implantes metálicos usando recobrimentos biocerâmicos avançados.
Descrição
Estes recobrimentos ademais de melhorarem a interação do dispositivo com o tecido vivo, também podem proporcionar propriedades adicionais de interesse biológico (antibacteriano, antitumoral, remineralizadoras, ...) com a adição de elementos tais como o estrôncio, silício, selénio, cobre, zinco ou flúor. Além disso, a possibilidade de um outro tipo de suporte será discutida. A técnica PLD, ao contrário das técnicas comercialmente disponíveis, permite o controlo fino dos parâmetros de processamento e, assim, obter recobrimentos com melhores propriedades físico-químicas. O PLD (deposito por laser pulsado) basea-se na capacidade que tem um láser para “ablacionar” material de um “target” e transferi-lo á superfcie desejada (neste caso implantes metálicos e outros que possam ser de interesse…..).
Com o objetivo de abordar esta colaboração o grupo de investigação novos materiais (FA3) da Universidade de Vigo que coordenará esta ação, tem uma vasta experiência e equipamento tanto na fabricação de revestimentos biocerâmicos (HA, BG HA-substituído...) utilizando a técnica de deposição por laser pulsado (PLD), como na obtenção de biocerâmicas porosas a partir de diferentes precursores (vegetais, marinhos...). Além da obtenção de biomateriais, o grupo é especialista na caracterização físico-química destes materiais por diferentes técnicas tais como difração de raios x (XRD), espectroscopia fotoelectrónica de raios x (XPS), fluorescência de raios x (XRF), análise de raios x por dispersão de energías (EDS), espectroscopia infravermelha (FTIR), espectroscopia Raman, microscopía electrónica de varrido (SEM), microscopía electrónica de transmissão (TEM), perfilometria interferométrica, porosimetria de mercúrio e ângulo de contato. No que diz respeito à caracterização biológica, o grupo tem o seu próprio laboratório de cultura de células para biotestado dos materiais e uma alta experiência na avaliação da biocompatibilidade de diferentes biomateriais que se produzem nos nossos laboratórios, bem como a adesão, a proliferação e ou diferenciação de osteoblastos e atividade osteogénica mediante a utilização de várias linhas celulares, tais como pré-osteoblastos ou osteoblastos MC3T3-E1 MG63.
Explorando novas fontes para a produção de recobrimentos biocerâmicos avançados, incorporaram-se targets de ablação obtidos a partir de outros descartes marinhos e abordaram-se outras técnicas de depósito. Neste ponto onde por um lado o grupo do IIM-CSIC aporta una amplia experiência tanto na caracterização como no isolamento de compostos e o grupo de lasers de potencia da Universidade de Vigo (FA5) aportará a sua experiência com outros tipos de lasers com aplicação industrial e a utilização de outros descartes pesqueiros.
Entre os objetivos da ação está o demostrar que estes recobrimentos biocerâmicos avançados tenham propriedades adicionais de interesse biológico (antibacteriano, antitumoral, remineralizadoras,...). É aqui onde BEL-FEUP aporta uma amplia experiência na cinética de formação de biofilmes e dispõe de equipamentos avançados.
Finalmente, no que respeita à prova de conceito, a empresa BETA Implants será responsável por essa ação. É uma engenharia galega de alta vocação tecnológica, comprometidos com o desenho, desenvolvimento e comercialização de implantes para osteossíntese de alta qualidade para medicina traumatológica veterinária
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Linha 4
Biocerâmicas avançadas de origem marinho para recobrimento de próteses metálicas. Produção, testado e prova de conceito
Parceiros envolvidos
IIM-CSIC (coordenador), IUVENOR, CETALGA
Objetivo
Produção de biomateriais, analise de bioatividades e formulação de produtos cosméticos basados em biopolímeros e extratos marinhos obtidos principalmente de subprodutos das pescas.
Descrição
A maioria dos resíduos provenientes da indústria de processamento de produtos de pesca da Galiza é destinada ao fabrico de farinha de peixe, onde estes subprodutos têm um baixo nível de valorização. No caso específico da pele e das espinhas, mas especialmente no caso da pele, uma das alternativas de valorização mais bem estudadas é a obtenção de gelatina (Karim e Bhat, 2009) e que levou à criação de empresas envolvidas na sua produção, maioritariamente em locais onde existe uma elevada acumulação de matéria-prima.
Por outro lado, a indústria cosmética procura o colagénio e os hidrolisados de colagénio como um ingrediente ativo para o fabrico de diversos produtos cosméticos, sendo desde há vários anos a fonte de origem marinha a opção preferencial, tendo em conta vários problemas provocados pelo aparecimento de encefalopatias associadas a diversas proteínas de origem bovina, e pela percepção de que os ingredientes de origem marinha estão associados, pelos consumidores, a diversas propriedades benéficas e naturais.
Asi mesmo, o ácido hialurónico, polissacárido de elevado peso molecular que pertence à família dos glicosaminoglicanos, é uma das moléculas "chave" nas formulações cosméticas, devido à sua grande capacidade de retenção de água (grande quantidade de ligações de hidrogénio água-hidroxilo ao longo da macromolécula).
A atividade cosmética dos extratos de algas têm sido destaque em vários estudos. A existência de um potencial de produção de algas em ambas as zonas da Galiza e do Norte de Portugal tem-se reflectido em projetos anteriores (Biotecmar, Marmed e Novomar), por isso parece adequado aproveitar o potencial destes organismos para aplicação em produtos cosméticos com compostos marinho.
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Linha 5
Compostos marinhos com atividade anti tumoral como novos princípios ativos com relevância farmacológica
Parceiros envolvidos
CIIMAR (coordenador), UMINHO
Objetivo
Obtenção de novas moléculas com atividade antitumoral
Descrição
El éxito de las terapéuticas farmacológicas del futuro dependerá en gran medida de la generación constante de nuevas moléculas con la capacidad de unirse a dianas moleculares de interés. Este es el caso de la quimioterapia antitumoral - a medida que se descubren nuevas dianas moleculares de interés, se hacen necesarios nuevas entidades químicas que sean capaces de modular la acción de esas dianas.
La investigación en productos naturales marinos (PNMs) es relativamente reciente, pero ya ha producido siete entidades químicas aprobadas para uso clínico, siendo la tasa de éxito en drug discovery a partir de PNMs, sustancialmente superior a la media de la industria farmacéutica “tradicional”. Los océanos constituyen un recurso extremadamente atractivo para la bio-prospección de nuevas moléculas, lo que es exacerbado por el hecho de que conocemos sólo una ínfima parte de los organismos marinos, en particular los de vida microbiana.
En esta actividad, seguiremos una estrategia diseñada para poner en valor los recursos microbianos de la costa portuguesa, en la medida en que se procurará aislar nuevas entidades químicas con actividad antitumoral a partir de este bio-recurso. En particular, utilizaremos extractos de un grupo de microorganismos – las cianobacterias – que son prolíficos productores de compuestos naturales. El objetivo final pretende conseguir el aislamiento y caracterización estructural de moléculas, así como la caracterización exhaustiva de su actividad antitumoral, y eventual optimización químico-física, que tengan potencial para avanzar hacia su desarrollo como fármacos.
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Linha 6
Desenvolvimento de sistemas de aplicação farmacêutica incorporando ácidos graxos ômega 3
Parceiros envolvidos
USC
Objetivo
Avaliação de ciclodextrinas como excipientes em formulações sólidas ou semissólidas de uso tópico e oral incluindo ácidos graxos ômega 3 estáveis e com características organoléticas adequadas.
Descrição
Investigações recentes puseram em destaque a importância dos ácidos graxos essenciais na saúde. O DHA é essencial na criação de neurônios humanos e retinas já que é o principal ácido graxo que forma as suas membranas. Várias publicações mostram que um défice deste ácido graxo durante os últimos 3 meses de gravidez e nos primeiros 6 meses de vida pode levar a problemas bem na formação da retina e, consequentemente, na visão como na criação de neurônios e os contatos entre eles. Além disso, pode afetar os níveis de inteligência que poderá desenvolver no indivíduo posteriormente.
Seus efeitos foram mostrados também em campos tão díspares como cardiologia, gastroenterologia e urologia. No campo da dermatologia, provou que os ácidos graxos ômega 3 podem ter uma influência positiva na cicatrização de feridas ou pele para incentivar uma maior fluidez das membranas celulares e reduzindo a fase da inflamação relacionada como o atraso na cicatrização de feridas, o que resulta beneficioso para o tratamento da dermatite atópica ou psoríase.
A formulação de ácidos graxos essenciais de origem animal e vegetal apresenta uma consideração particular associada com os seus problemas de estabilidade, desde que são rapidamente degradados por oxidação e/ou fotólise. Alem disso, aqueles de origem animal, geralmente obtidos de resíduos das pescas, têm um cheiro característico que produz a rejeição na ingestão direta ou na aplicação tópica.
As ciclodextrinas são oligossacáridos cíclicos com a capacidade de encapsular uma série de compostos hidrofóbicos ou instáveis, o que favorece o aumento e melhora da solubilidade e estabilidade de um grande número de substâncias. O encapsulamento total ou parcial das moléculas também permite mascarar as pobres propriedades organoléticas de certas moléculas.
Esta ação poe o foco em resolver os problemas associados aos ácidos graxos ómega 3 (estabilidade e propriedades organoléticas), mediante a colaboração entre o grupo de investigação da USC e a companhia Biomega visando a valorização destes produtos para aplicações terapêuticas de uso tópico ou oral. -
Linha 7
Valorização de peptonas marinhas como fonte de azoto para a produção industrial de bactérias probióticas marinhas e do ácido láctico
Parceiros envolvidos
USC (coordenador), IIM-CSIC, UCP, BIALACTIS
Objetivo
O objetivo desta ação é avaliar a adequabilidade de usar diferentes peptonas de origem marinha, obtidas a partir de subprodutos de pescado descartado pela frota pesqueira na produção de elevada densidade de biomassa de diferentes estirpes probióticas do ácido láctico e marinhas.
Descrição
Probióticos são microrganismos vivos com efeitos benéficos no hospedeiro pela modulação da saúde intestinal. Entre os microrganismos considerados probióticos, as bactérias do ácido láctico (LAB) são as mais importantes para incorporação na alimentação humana. Estirpes de Lactobacillus e de Bifidobacterium são utilizadas na elaboração de muitos alimentos fermentados, com produção in situ de ácido láctico e/ou outros ácidos orgânicos (conservação) bem como de alguns metabolitos bioactivos (vitaminas, antioxidantes, péptidos bioactivos etc.), ou comercializadas na forma de suplementos alimentares ou nutracêuticos. Neste contexto, é cada vez mais importante promover a produção à escala industrial de culturas de LAB com elevada densidade de biomassa.
Por outro lado, existem uma série de bactérias com características probióticas em culturas marinhas que têm demonstrado a sua eficácia na redução das altas taxas de mortalidade larvaria da aquicultura de peixes como o rodovalho ou a dourada. Pode ser uma alternativa ao excessivo uso de antibióticos por parte deste sector. Porém, existem dois fatores fundamentais que impedem a implementação real na aquicultura: 1) a vigente legislação; e 2) os elevados custos associados com a produção massiva de biomassa probiótica viável.
As LAB são nutricionalmente muito exigentes e a formulação do meio de cultura requer cuidados específicos para assegurar o fornecimento de substratos essenciais ao crescimento como são amino ácidos, péptidos, vitaminas, minerais, ácidos nucleicos e outros fatores de crescimento. Em geral, o meio de cultura para a propagação constitui uma fatia significativa dos custos de produção de biomassa microbiana podendo representar até 70% dos mesmos, e a componente azotada tende a ser a fração mais cara do meio. As peptonas, um dos ingredientes nitrogenados usado geralmente, representam não só uma fonte de azoto orgânico mas também uma fonte de aminoácidos e de péptidos específicos.
Vários traballos têm demonstrado o potencial de subprodutos das indústrias agro-alimentares como fontes económicas para a produção de ingredientes para a formulação de meios de cultura para microrganismos. Estudos recentes desenvolvidos pelo consórcio no âmbito do projeto NOVOMAR demonstraram o papel positivo de diferentes peptonas obtidas a partir das visceras de Scyliorhinus caniculacomo fonte de azoto orgânico para a produção de diferentes LAB incluindo probióticos para aplicação humana e para aplicação em aquicultura.
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Linha 8
Aplicação de gelatinas marinhas como substitutos de gordura na reformulação de diferentes alimentos
Parceiros envolvidos
IIM-CSIC, UCP (coordenador)
Descrição
A gelatina é referida como o colagénio no qual a hélice tripla de tropocolagénio é desestabilizada e quebrada (total ou parcialmente) e, portanto, é solúvel em água. A qualidade das gelatinas (definida pela dureza dos geis) é diretamente proporcional ao grau de desnaturação e/ou quebra do colagénio nativo inicial.
Apesar das suas fontes mais comuns serem as peles de mamíferos terrestres (bovino e suíno), os frutos do mar possuem características específicas que podem ser muito procuradas particularmente em culturas que não permitem o uso de gelatinas de origem mamífera por motivos religiosos. Ainda assim, são muito poucas as referências comerciais de gelatinas marinhas no mercado aumentando assim o interesse em encontrar novas fontes e desenvolver processos ideais para a sua produção. Subprodutos da pesca como as peles do atum, tubarão e bacalhau, etc., são o principal recurso para a produção de gelatinas de alta qualidade obtendo bons rendimentos de extracção.
Suas aplicações são variadas, principalmente no desenvolvimento de alimentos e nutracêuticos mas também para fins farmacológicos e na nanotecnologia. No campo da alimentação associada com as formulações nutracêuticas e alimentos funcionais as gelatinas podem ser um substituto eficiente da gordura aumentando o teor em proteína e diminuindo o valor energético sem alterar as características sensoriais do alimento, por exemplo, patês e produtos lácteos.
Nos últimos anos a preocupação crescente com uma dieta mais saudável tem gerado um aumento na procura por produtos com baixo teor em gordura.
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Linha 9
Desenvolvimento de estratégias antifouling com aplicações na industria
Parceiros envolvidos
LEPABE-FEUP, CIIMAR, UCP, IIM-CSIC, SMART
Objetivo
Desenvolvimento de superficies e formulações antifouling para aplicação industrial.
Descrição
O biofouling representa um enorme problema para vários tipos de indústrias. Como tal, a indústria e a comunidade científica tem envidado esforços no sentido de desenvolver novas estratégias que previnam ou reduzam o biofouling. Uma dessas estratégias consiste na aplicação de moléculas que possam atuar sobre microrganismos que formam os biofilmes, e que consequentemente levam ao biofouling.
Os organismos marinhos têm uma enorme diversidade metabólica e, como tal, são capazes de produzir muitos compostos de interesse industrial nomeadamente com propriedades anti(bio)fouling. Em particular, as cianobactérias marinhas, as microalgas, os crustáceos, os cefalópodes e os peixes têm vindo a ser explorados para a extração de compostos que conseguem atrasar o desenvolvimento de biofilmes ou que têm propriedades antimicrobianas inativando biofilmes já formados. Estes compostos podem ser imobilizados em superfícies, incorporados em revestimentos de superfícies (como por exemplo em tintas ou vernizes), ou ainda utilizados em formulações líquidas e espumas.
As superfícies antimicrobianas ou os revestimentos de superfícies podem ser utilizados em diversos cenários, nomeadamente na prevenção do biofouling marinho (cascos de navios e outras estruturas submersas) e também em aplicações na indústria alimentar. Da mesma forma, formulações líquidas têm sido utilizadas para remoção de biofilmes já formados, mas também para eventual condicionamento de superfícies antes da formação do biofilme.
No caso particular da indústria alimentar o principal foco de interesse é o desenvolvimento de superfícies que reduzam o desenvolvimento de biofilmes de modo a que os processos industriais tenham que ser interrompidos com menor frequência para operações de limpeza. A maioria dos biofilmes que são encontrados nas superfícies industriais convencionais são constituídos por vários microrganismos que pertencem a diferentes espécies – biofilmes mistos. Assim sendo, ao testar as superfícies desenvolvidas importa não só saber a redução total da viabilidade dos microrganismos mas também conseguir identificar em detalhe quais os microrganismos que são mais resistentes nos biofilmes mistos formados nas superfícies antimicrobianas desenvolvidas.
Esta linha de trabalho visa testar extratos e produtos provenientes de organismos marinhos (cianobactérias, microalgas - Porphyridium cruentum e Nannochloropsis oculata, Illex argentinus, Munida sp., Loligo opalescens) de modo a averiguar o seu potencial anti(bio)fouling. Estes testes serão conduzidos em condições que mimetizem o ambiente real onde as superfícies irão ser colocadas, nomeadamente no que respeita ao regime hidrodinâmico prevalecente numa utilização real.
Operações de sub-fracionamento permitirão identificar os compostos ativos que serão, posteriormente, imobilizados para incorporação em tintas e vernizes, ou utilizados após formulação como agentes biocidas em espumas. Serão depois efetuados ensaios em ambientes reais para avaliar a performance das várias soluções desenvolvidas. O trabalho dará assim origem a um conjunto de produtos que terão aplicação em diversas áreas e que poderão ser explorados pelas empresas envolvidas no projeto.
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Linha 10
Desenvolvimento de revestimentos edíveis estruturados à nano- e microescala para o aumento do tempo de prateleira e melhoria da qualidade dos alimentos
Parceiros envolvidos
INL, UMinho
Objetivo
Os principais objetivos desta ação são a produção e caracterização de revestimentos edíveis, funcionais, ativos com multicamadas micro e nanoestruturadas e baseados em polímeros de origem marinha para a extensão do tempo de prateleira de alimentos.
Para isso, existem 4 objetivos específicos:- O desenvolvimento de revestimentos multicamada através da utilização de polímeros de base biológica (polissacarídeos e proteínas), e utilização das técnicas de deposição Layer-by-Layer e atomização vibracional para a sua produção.
- Encapsulamento e libertação controlada de compostos bioativos, visando o desenvolvimento de sistemas de entrega funcionais inovadoras para alimentos.
- Caracterização estrutural e funcional dos micro e nanorevestimentos.
Descrição
Devido à sua não biodegradabilidade os revestimentos e embalagens sintéticas, de uso alimentar, estão a ser substituídos por polímeros de origem natural que possam ser edíveis. Os revestimentos e filmes edíveis além de serem uma barreira física que não tem que ser retirados antes de comer podem ser usados para aumentar o tempo de prateleira dos alimentos, onde pode também haver a adição de moléculas bioativas (antimicrobianos, antifúngicos e antioxidantes) possibilitando uma proteção mais eficaz e a melhoria da qualidade e funcionalidade dos alimentos.
Além disso, serão estudados, por um lado os processos de transferência de massa e o possível aumento da bioatividade (por estarem facilitados a nanoescala) dos princípios ativos encapsulados e incorporados nos revestimentos; e por outro lado o aumento da solubilidade e a biodisponibilidade das substâncias bioativas que tenham um uso limitado devido à sua natureza lipofílica.
O desenvolvimento de novas nano-estruturas que tenham como base compostos biológicos, comestíveis, biodegradáveis, acompanhado por um estudo das suas propriedades e funcionalidades, assim como a sua aplicação a compostos com baixa solubilidade em água são alguns dos maiores desafios para a nanotecnologia aplicada à ciência dos alimentos que será estudada nesta ação. Em concreto serão usados polímeros de origem marinha como quitosano gelatina ou sulfato de condroitina. Estes materiais são particularmente interessantes para essas aplicações por serem de baixo custo, terem capacidade filmogénica à nanoescala, não serem tóxicos e estarem aprovados para uso alimentar.
Em relação às tecnologias de produção será estudada a escalabilidade das técnicas de deposição de multicamadas de biomateriais (através do método Layer-by-Layer) assim como o uso de atomização vibracional por possibilitarem a formação de revestimentos micro e nanoestruturados em superfícies de alimentos -
Linha 11
Optosensores baseados em filmes finos de materiais de origem marinha
Parceiros envolvidos
CIQ-UP (coordenador), SARSPEC, IIM-CSIC
Objetivo
Os objetivos científicos e técnicos desta tarefa são os de preparar sensores óticos a partir de materiais compósitos com base em glicosaminoglicanos extraídos de vários resíduos de origem marinha.Descrição
O sector da instrumentação ótica e de acessórios para equipamentos óticos é muito competitivo, existindo a necessidade de uma constante inovação para que a empresa se mantenha competitiva e possa satisfazer as necessidades do mercado.
A SARSPEC, como parte da sua estratégia comercial, pretende desenvolver optodes, inicialmente para um conjunto limitado de espécies químicas e que, dependendo da aceitação do mercado, poderá vir a ser alargada a outras espécies químicas. Estes produtos irão permitir concorrer com os sensores fornecido por outras empresas concorrentes (por exemplo a Metrohm e a OceanOptics).
Como estratégia de posicionamento de mercado, os sensores óticos a serem desenvolvidos serão distintos dos oferecidos pelas referidas empresas (sensores de oxigénio e pH) de forma a alargar os sensores disponíveis no mercado e para não haver uma competição direta pelos mesmos produtos.
O grupo de Química Física, Analítica & Eletroquímica (RG4) do centro de investigação em Química da Universidade do Porto (CIQ-UP) tem uma larga experiência em técnicas analíticas, no desenvolvimento de sensores e na preparação e caracterização de materiais de impressão molecular orgânicos, inorgânicos e compósitos que irão permitir o desenvolvimento de novos materiais para a preparação de filmes para sensores óticos para catiões metálicos ou poluentes emergentes.
O Instituto de Investigaciones Marinas, Agencia Estatal Consejo Superior de Investigaciones Científicas (IIM-CSIC) em particular, os grupos de Bioquimica de Alimentos (BA) e de Reciclado y Valorización de Materiales Residuales (REVAL) do IIM-CSIC, têm trabalhado intensamente no desenvolvimento e otimização de diferentes processos (de base biotecnológica ou química) destinados à purificação e recuperação de águas residuais e de subprodutos da indústria alimentar, principalmente, marinho, com a produção de compostos de alto valor acrescentado, como enzimas, colagénio, gelatina, glicosaminoglicanos (GAGs), glicogénio entre outros.
Estes três parceiros vão colaborar na preparação de elementos sensores para catiões metálicos e poluentes emergentes baseados em filmes compósitos de glicosaminoglicanos.
Os glicosaminoglicanos são compostos naturais que podem ser extraídos de resíduos de origem marinha e com características químicas que os tornam atraentes para o uso em diferentes aplicações desde a saúde até ao ambiente. Estes materiais têm uma elevada solubilidade em água pelo que, para poderem ser utilizados como componentes de elementos sensores é necessário proceder à sua imobilização numa estrutura 3D compacta e insolúvel. A estratégia selecionada para esse efeito foi o reticulamento químico dos glicosaminoglicanos com com glutaraldeído, epicloridrina, glicidiloxipropiltrimetoxisilano e tetrametoxisilano.
A equipa reunida para a implementação desta tarefa tem as competências científicas e técnicas para:
- produção de glicosaminoglicanos a partir de resíduos de origem marinha com características adequadas à sua utilização aplicações em diversas áreas (da saúde às aplicações industriais);
- produção de compósitos usando materiais de origem natural;
- produção e caracterização de sensores e biossensores;
- montagem e comercialização dos sensores óticos